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Luís Gomes
Luís Gomes
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Nos últimos dois anos, em particular desde o final de 2019, o Euro tem sofrido uma forte desvalorização face ao Dólar norte-americano (USD), a principal divisa reserva do mundo. 

Para melhor ilustrar esta evolução, nada melhor que um gráfico. Como podemos observar na Figura 1, desde o final de 2019, o Euro perdeu aproximadamente 11% frente ao USD, algo muito expressivo para aquela que é considerada a segunda divisa fiat do mundo. 

Figura 1

O início da tendência descendente ocorreu no final do primeiro semestre de 2021, depois de um duplo topo em torno dos 1,23 USDs. Desde então, a tendência de desvalorização do Euro parece inexorável, não havendo qualquer formação técnica que indique a reversão desta desvalorização.

Para agravar esta tendência, o Euro tem apresentado um desempenho relativo medíocre, atendendo que apresenta uma desvalorização face ao USD superior a divisas fiat tão importantes como o Franco suíço, o Dólar canadiano, o Dólar australiano e o Dólar neozelandês; o Rublo russo é um caso aparte, dado que se apreciou frente ao USD, 2,1%, e cerca de 13% frente ao Euro desde o final de 2019.

Figura 2

Esta evolução tem contornos mais “negros”, quando observamos a evolução dos preços das principais matérias-primas. Importa recordar que o comércio internacional é maioritariamente realizado em USDs e não em Euros; ou seja, os fornecedores, veja-se o caso de Angola, apenas aceitam USDs como forma de pagamento e não Euros. 

Quando o Euro se desvaloriza nos mercados internacionais frente ao USD, passamos a pagar mais Euros por essa matéria-prima, independentemente da sua variação em USD.

Vejamos então a Figura 3: como podemos observar, o Gás Natural desde o final de 2019 até ao presente subiu 258% em USD, no entanto, em Euros subiu 305%. 

Várias matérias-primas registam subidas meteóricas para o mesmo período: o Café sobe 98%, o Milho 98%, a Soja 76%, a Manteiga sobe 76%, o Trigo 67%, o Petróleo 52%, e por aí fora.

Figura 3

Neste contexto, é natural que a taxa de inflação não pare de subir; a trajectória ascendente do índice de preços no consumidor, o denominado IPC, acentuou-se no final de 2021, estando agora em mais de 9%/ano em Portugal, algo nunca visto em décadas.

Como podemos observar na Figura 4, a inflação situou-se em Agosto em 9,4%, aproximando-se dos dois dígitos, absolutamente ruinoso para aforradores e consumidores, que vêem os Euros perder consecutivamente poder aquisitivo.

Figura 4

Tradicionalmente, o sistema bancário era uma solução para atenuar o flagelo da inflação, oferecendo taxas de juro para os depósitos superiores à inflação. Infelizmente, hoje, tal não é possível, atendendo que o sistema bancário europeu não tem nenhum incentivo para oferecer depósitos bancários com taxas de juro reais positivas. 

Se observarmos a Figura 5, se os bancos comerciais depositarem a sua liquidez junto do BCE, em lugar de receber uma remuneração, pagam desde Junho de 2014, pois os juros foram negativos ou nulos até há dias; essa a razão para os bancos apenas estarem interessados em conceder crédito, em lugar de captar os depósitos dos clientes, pois incorriam em custos caso tentassem aplicar o seu excesso de liquidez junto do Banco Central. Esta situação, felizmente, reverteu-se recentemente, mas ainda muito longe de compensar as perdas causadas pela inflação.

Figura 5

As taxas de juro negativas foram talvez a principal razão para o fraco desenvolvimento de StableCoins indexadas ao Euro. Assim, ao contrário do Euro, o USD proporcionou sempre juros positivos; desta forma, as empresas emissoras de StableCoins, como o USDC (USD Coin) e o USDT (Tether), ambas indexadas 1:1 com o USD, puderam receber juros positivos pelos depósitos que servem de lastro à emissão de tokens.

Face a uma inflação galopante e juros ainda muito reduzidos, ainda muito longe de compensar a inflação, é crítico que os aforradores procurem refúgio em projectos DeFi, em particular aqueles que utilizam Stable Coins indexadas ao USD. 

Segundo a análise técnica, a tendência descendente do Euro frente ao USD ainda não terminou, pelo que iremos assistir a maiores desvalorizações do Euro, e, por outro, só aí podem encontrar taxas de juro suficientemente atractivas que compensem a enorme inflação que estamos a viver.

Destaques Autor
img:Luís Gomes

Luís Gomes

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