p: O que acontece se o Dólar sobe? r: O Bangladesce

P: O que acontece se o Dólar sobe?

R: O Bangladesce.

O Dólar subir é uma situação absurda, motivo para fazer piadas de tipo nonsense. Porque na realidade, o dólar não sobe, nunca, nem o deixam subir. O que é uma pena e dificulta a vida a muita gente.

Convém antes notar que, por vezes, o dólar parece estar a subir, mas isso não passa de uma ilusão de óptica, em que na verdade, são as outras moedas governamentais que estão a cair ainda mais depressa. Ficando daí a aparência que o dólar sobe, quando este apenas cai é mais devagar. Um pouco como aquele efeito de estar dentro de um comboio aparentemente parado e começar a ver a estação a andar.

É certo que o dólar cai, sempre, mas também é verdade que cai menos do que todas as outras moedas governamentais. Das mais de 130 moedas governamentais que existem hoje em dia, todas elas, sem excepção, são piores que o US dólar, isto no sentido que caem mais depressa que o dólar. Sejam Euros, Dinares, Liras, todas caem, que nem Pesos, de chumbo.

Todas as moedas governamentais caem, porque os governos forçam essa queda, porque os governos têm bancos centrais, cujo objetivo único declarado é obter uma inflação estável. Ou seja, essas coisas existem só para fazer a moeda perder valor, continuamente. Fazendo com isso que o poder de compra das pessoas caia também. Pois que, sempre que uma moeda perde valor, as pessoas que são obrigadas a usar essa moeda ficam mais pobres, não conseguem comprar as mesmas coisas.

Pode-se discutir porque é que os bancos centrais haveriam de querer semelhante tristeza, mas é escusado elaborar, eles querem porque podem. Porque de cada vez que estragam a moeda para os outros, as contas melhoram para eles próprios. Com a desvalorização da moeda, os do Estado ficam melhor, enquanto todos os outros que poupam e trabalham ficam pior. Vai daí, os do Estado provocam inflação e que se lixe o povaréu. 

Se o valor da moeda subisse, o que se chama de Deflação, isso significaria que as pessoas que trabalham ou pouparam estariam a ficar melhor com o passar do tempo. De um dia para o outro, elas teriam mais dinheiro para poderem comprar mais coisas e viam a sua vida a melhorar. Mas, como o valor da moeda cai, essas mesmas pessoas sofrem o efeito contrário, o seu rendimento vale cada vez menos e elas precisam gastar mais, só para continuar a comprar as mesmas coisas que já antes compravam.

Na medida em que o dólar cai, são todas as outras coisas que ficam mais caras, incluindo o Bitcoin. Porque para além de tudo, o Bitcoin é uma alternativa monetária ao sistema governamental do dinheiro de papel. Ao contrário das moedas dos governos, o Bitcoin não pode ser inflacionado, o Bitcoin não pode ser expropriado, o bitcoin não pode ser retirado a quem poupa, para usar a salvar bancos falhados, ou companhias aéreas falidas, nem outras guerras fatais.

Vai daí, que o dólar não sobe, desce, sempre para baixo, e quanto mais este desce, mais o Bitcoin sobe. Levando a tal que, mais perigoso que o valor do Bitcoin ir para zero, é o Bitcoin acabar a valer um milhão. Porque a subida do Bitcoin foi em primeiro lugar provocada pela queda do dólar e com ele todas as outras moedas governamentais. Se o Bitcoin sobe muito (como já subiu 300% este ano) é porque os governos deram porrada no dólar e deram também cabo de todas as pessoas que dependem do seu próprio trabalho, gente que estará para passar um mau bocado.

É precisamente por este motivo, do dólar que nunca sobe, e das outras moedas governamentais que caem ainda mais, que a generalidade dos bilionários do mundo tem algum (muito) Bitcoin em reserva. E também por isso mesmo, que todas as pessoas de classe média deveriam agarrar algum enquanto está barato.

Apesar de ser possível o Bitcoin cair para zeros, todos deveriam aplicar uma pequena parte das suas poupanças em Bitcoin. Pois o Bitcoin ir para zero não é o pior que pode acontecer, muito mais sério e grave é o Bitcoin vir a valer 1 milhão, movimento que além de incrivelmente doloroso, parece inescapável, face ao descontrolo tipo Venezuelano dos gastos dos governos e bancos centrais.