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Henrique Agostinho
Henrique Agostinho
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Diz que uma só borboleta na China pode provocar um furacão na América. Mas não será vulgar, o mais provável será as tempestades serem causadas por muitos pequenos insectos, cada um na sua vida, a coincidirem em concentrar os esforços, por um momento. Como aquele exemplo em que se todas as pessoas da China saltarem meio metro em simultâneo, o mundo sofreria um impacto semelhante ao meteorito que matou os dinossauros, ou mais logicamente, uma epidemia de lesões nos joelhos.

Contrariando os Modelos econométricos, a realidade funciona, geralmente, ao contrário, não havendo um só evento a causar as consequências, mas cada consequência a ser causada por muitos efeitos. A ver pelo passado, e deverá ser assim no futuro, todas as coisas importantes, entre guerras, revoluções, crashes da bolsa, mudanças sociais, etc. não têm uma só causa evidente, mas são sim a confluência de muitos e pequenos eventos, que tornam o grande resultado senão previsível, talvez inevitável.

É portanto a missão dos analistas, bem como dos historiadores, olhar para todas as pequenas novidades que se estão a acumular e tentar antecipar a confluência dos mini-fatores que resultam em grandes impactos, em vez de futilmente procurarem uma só explicação incompleta para resultados intrinsecamente complicados.

Tudo isto para dizer que, 2025 deve ser um ano espetacular para as criptomoedas, Bitcoin em particular, por uma variedade de coisas dispersas, em processo de alinhamento umas com as outras.

A começar pelo Halving. A cada quatro anos o calendário do Bitcoin passa por uma redução para metade do número de Bitcoins que são gerados, levando a uma maior escassez de moedas com potencial aumento do preço. Este fenómeno do halving e de uma bolha no ano seguinte, já se repetiu 3 vezes no passado, e o halving de 2024 ao ser o quarto ciclo, já nem será novidade.

Mais no detalhe das coincidências, a FASB anunciou, a 6 de Setembro de 2023 e também para 2025, uma mudança das regras da contabilidade aplicadas aos cripto-ativos. Se isto parece irrelevante, é porque sozinho até o é, mas em contexto é um forte sinal de confluência em algo mais. Até ao próximo ano, as empresas americanas precisam seguir uma regra do FASB (o regulador local da contabilidade) pela qual os cripto-ativos precisam ser marcados ao preço mais baixo. Se sobem, não ganham nada, se descem tem de assumir um prejuízo. A partir de 2025 empresas que tenham cripto-ativos nos seus balanços podem aplicar regras mais equilibradas e registar não só os prejuízos potenciais, como também os ganhos.

Esta mudança da FASB torna-se inevitável com a iminente aprovação de um ETF de Bitcoin. Para o qual a todo poderosa Blackrock já meteu os papéis, juntando-se assim a outras cinco entidades que andam a pressionar o SEC (regulador americano) pela aprovação desse produto empacotado. A ver pelo que um ETF fez ao preço do ouro em 2004, que disparou em 10X depois da respectiva aprovação. Um ETF de Bitcoin irá ajudar ao preço, ao permitir a introdução deste ativo nas imensas contas Roth IRA ou 401k, os planos-poupança-reforma americanos. 

Com a coincidência de o ETF também, ainda que de uma forma enviesada, resolver o detalhe da contabilidade que o FASB disse ir alterar. Ou seja, a FASB não terá mudado a regra apenas por boa vontade, mas porque o eminente aprovar de um ETF de Bitcoin, além de viabilizar a compra de Bitcoin por quem tem fundos poupança reforma, iria tornar essa regra redundante, já que um ETF é sempre contabilizado ao preço de mercado. 

Se a nova regra da contabilidade vem meio que empurrada pelo ETF, a aprovação do ETF, e o interesse da Blackrock nesse produto, também não é completamente desligada de outros fatores relacionados. No caso, foi a decisão do tribunal superior de Nova York a dar razão à Grayscale no seu processo contra a SEC por esta lhe ter recusado a criação do ETF. 

É que a Grayscale é o maior proprietário de Bitcoins do mundo e está há anos a tentar lançar um ETF, podendo assim entrar nos tais fundos de poupança-reforma e facilitar a contabilidade das empresas que quiserem comprar e até baixar as comissões. Só que a SEC (o regulador) insistiu em recusar, ameaçando até o mercado de Bitcoin com o risco de falência da Grayscale por inacessibilidade do mercado. 

Talvez por ser caso de vida ou morte, tanto insistiu a Grayscale, que foi para tribunal e, surpresa, ganhou. Já sem surpresa, os concorrentes da Grayscale, incluindo a Blackrock, apressaram-se a meter os papéis para criarem os seus próprios ETF e esvaziar a vitória do concorrente. Se a aprovação de um ETF se tornou provável por intervenção do tribunal, a aprovação de cinco ETFs é quase inevitável e não deve passar de 2025.

Por fim, há ainda que contar com as funcionalidades extra dos BIP-300, Drivechains, ou o BIP-119, Covenants. Não dá para agora explicar, mas estes códigos são os nomes de guerra de dois upgrades ao código do Bitcoin que parecem estar prontos para avançar, em 2025, coincidindo no ciclo com o upgrade de 2018, o BIP-91, Segwit e também com o de 2021, o BIP-341, Taproot, os dois anteriores grandes upgrades ao código, que se lançaram bem no meio das anteriores bolhas de preço e especulação, contribuindo para a excitação geral com o Bitcoin.

Juntando tudo num saco, ainda não são tudo favas contadas, mas, com tamanha confluência de fatores em separado, é de esperar que 2025 seja um ano fenomenal para o Bitcoin. Provavelmente bom até demais, com uma nova bolha especulativa e febre irracional de tanta gente em simultâneo, com os preços a chegarem tão alto, que o subsequente crash se torna inevitável. 

Mas desta vez é mais fácil estar preparado. Pelo menos para quem já sobreviveu à febre no passado. Basta comprar e guardar. Ignorar os efeitos de curto prazo, esquecer a euforia do pico máximo ou a dor da queda prolongada. Se estas coisas acontecem a cada 4 anos, quem for comprando aos poucos e tiver praí 20 anos para esperar, vai acertar em cheio.

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Henrique Agostinho

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