Criptomoedas em 2024
Agora que o ano de 2024 está a terminar, é importante analisar o desempenho das diversas classes de activos ao longo deste ano que foi marcado por mudanças significativas no panorama económico e político mundial. Nesta análise, todas as variações foram calculadas em dólares norte-americanos (USD) para facilitar a comparabilidade.
Criptomoedas: Um Ano de Retornos Históricos
O mercado das criptomoedas teve um desempenho excepcional em 2024, destacando-se como uma das classes de activos mais lucrativas. O Bitcoin (+135%) liderou o caminho com um máximo histórico acima dos 108 mil USD a 17 de Dezembro, depois de ter superado os 100 mil USD no último 5 de Dezembro, marcando um momento emblemático para os investidores que procuram comprar bitcoins.
Entre os destaques adicionais, incluem-se:
- Sui (+479%): Uma explosão de valor, impulsionada pela adopção crescente do seu blockchain de alta velocidade;
- Ripple (+273%): Consolidou-se como uma alternativa viável ao sistema SWIFT, com a sua tecnologia a demonstrar uma eficiência superior nas transacções internacionais;
- Shiba Inu (+130%): Continuou a surpreender com a sua capacidade de atrair investidores especulativos.
O ambiente político global também contribuiu para este cenário optimista. Desde a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o sector das criptomoedas beneficiou de um clima favorável. Trump não apenas promoveu os EUA como a “capital mundial das criptomoedas”, mas também nomeou um presidente da SEC – o polícia dos mercados nos EUA – mais amigável à indústria. Adicionalmente, eventos como o halving do Bitcoin, ocorrido em Maio, reforçaram a percepção de escassez, impulsionando o preço.
No entanto, nem todas as criptomoedas tiveram um desempenho positivo. A Polkadot registou uma queda de 9%, evidenciando desafios na sua adopção face a concorrentes mais inovadores.
Divisas: Um Ano de Reforço do Dólar Norte-Americano
As principais moedas globais enfraqueceram face ao USD, com os seguintes retornos em 2024: Euro: -6%; Franco suíço: -6%; Real brasileiro: -21% e Libra Esterlina: -2%. O fortalecimento do Dólar norte-americano foi amplamente atribuído à eleição de Trump, cujas políticas de restrição ao comércio com países “hostis” e a promessa de reduzir o défice comercial norte-americano criaram um cenário de procura acrescida pela divisa norte-americana, a ainda moeda reserva do mundo.
Entre as moedas emergentes, o Real brasileiro teve um desempenho particularmente negativo (-21%), impactado pelos défices fiscais crescentes e a instabilidade política no Brasil sob o governo de Lula.
Índices Bolsistas: Liderança Norte-Americana
Os diversos mercados bolsistas mostraram desempenhos distintos em 2024. Os índices norte-americanos destacaram-se mais uma vez, liderados pelo Nasdaq Composite (+33%), que beneficiou do crescimento contínuo no sector tecnológico. Outros desempenhos relevantes incluem: S&P 500: +27% e Dow Jones: +15%.
Na Europa, os resultados foram modestos. O EuroStoxx 50 registou uma subida de apenas +1%, ilustrando mais um ano de estagnação relativa em comparação com os índices norte-americanos, reflexo do medíocre desempenho económico europeu, onde continua a existir um ambiente hostil à inovação, veja-se o caso da atitude da banca europeia face às criptomoedas, e derivado também da excessiva regulação que desincentiva o risco e onera os pequenos negócios.
Na América do Sul, o índice Bovespa apresentou uma queda acentuada de -29%, reflectindo o impacto do desempenho fraco do Real brasileiro e de medidas económicas controversas no Brasil. Já na Ásia, o Nikkei 225 (+5%) e o Shanghai Index (+11%) mostraram-se resilientes, beneficiando de políticas de estímulo económico regionais.
Matérias-Primas: Ouro e Gás Natural em Alta
No segmento das matérias-primas, o Ouro brilhou com uma valorização de 27%, igualando o desempenho do S&P 500. O metal precioso continuou a ser um refúgio seguro num ano de preocupações inflacionárias persistentes. Outras matérias-primas destacadas incluem: Cacau: +182%; Café: +75%; e Gás Natural: +57%.
A subida do cacau foi impulsionada por condições climáticas desfavoráveis nos principais países produtores, enquanto o gás natural beneficiou de uma procura crescente, especialmente na Europa, onde os esforços para reduzir a dependência do petróleo e do carvão continuam a intensificar-se, em particular da Rússia como fornecedor de matérias-primas, em particular as energéticas.
Por outro lado, algumas matérias-primas enfrentaram quedas significativas, como a Soja (-25%) e o Trigo (-15%), reflectindo excedentes de produção e uma procura global mais fraca. O Petróleo caiu ligeiramente (-2%), resultado de uma oferta global estável e esforços de transição energética que moderaram a procura.
Conclusão
O ano de 2024 foi marcado por uma forte valorização das criptomoedas, destacando o Bitcoin como líder absoluto, enquanto os mercados de acções norte-americanos continuaram a superar os concorrentes globais. A força do Dólar norte-americano exerceu pressão sobre as divisas e matérias-primas, mas o Ouro e o Gás Natural mostraram-se refúgios sólidos num ambiente macroeconómico desafiador.
Os investidores que procuram comprar criptomoedas, incluindo activos virtuais como o Ripple ou a Polkadot, encontraram um ano recheado de oportunidades e desafios, reforçando a importância de diversificar estratégias de investimento. 2024, que lição nos deixou? Que as criptomoedas continuam a ser a melhor classe de activos para qualquer investidor.