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Henrique Agostinho
Henrique Agostinho
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Os políticos norte-americanos têm andado entretidos com um número de circo absurdo, uma palhaçada sem graça, ao qual decidiram dar o nome de teto da dívida, uma cena que, como é padrão nos governos, serve para conseguir coisa nenhuma, dando a ilusão de resolver um problema, que eles próprios criaram.

Apesar de ser inútil, custoso e potencialmente perigoso, isso do teto da dívida, lá na América, até é uma das razões pelas quais os EUA funcionam melhor do que a Europa e o Dólar é um papel menos mau do que o Euro. No fundo, isto é porque tudo o que atrapalhar a atuação de um governo, torna a sua economia mais forte.

Por falar em fundo, o nome teto da dívida é equivocado, pois a dívida pública é um buraco e, como tal, o limite dela devia ser chamado de fundo do poço. Ai sim, uma boa descrição para a fossa, séptica e céptica, onde o governo americano foi parar, pela 74ª vez. Repetição de uma oportunidade que compara positivamente com a Europa, onde o buraco da dívida não tem fundo e nem sequer é preciso continuar a escavar, para enterrar ainda mais a economia.

Na prática, o fundo do poço da dívida, o tal ilusoriamente chamado de teto, é uma forma arcaica, vinda lá do séc XVIII, de atrasar o quanto os políticos gastam, de os obrigar a refletir: “já bateram no fundo, querem descer ainda mais mais baixo?”. Como os políticos não fazem outra coisa que não seja esbanjar o dinheiro de quem trabalha, inevitavelmente, uma vez atingido o tal limite, o buraco voltará a ser aprofundado. Sem antes porém o congresso passar por um ritual de pantomima, com implicações de curto prazo nos mercados, mais ou menos em dois actos.

Acto 1. A primeira fase, da qual as pessoas tendem a ter mais medo, mas é até a menos ameaçadora, ocorreu até agora, com o governo a ficar sem dinheiro, proibido de criar mais dívida pública e ameaçando os contribuintes, ao jeito de chantagem, fazer umas refinadas maldades à economia em geral: Aumentar os impostos; Deixar de pagar as dívidas; Fechar os serviços nacionalizados. Isto enquanto gastam, até ao último cêntimo, o que tinham em caixa e atrasam os pagamentos a quem tiver azar de não ser funcionário público.

Noutros tempos estas ameaças eram levadas a sério, e ao contrário, pelos mercados, que reagiam em baixa, com medo do caos gerado pelo governo deixar de gastar. Mas, aos poucos, as pessoas lá se foram apercebendo que ter o governo com dificuldade em gastar é sempre algo de bom para quem trabalha e, portanto, os mercados passaram a reagir em alta, como se viu pelas acções americanas que subiram este ano uns belos 12%.

Acto 2. A segunda fase, iniciou-se na semana passada, com os líderes dos partidos republicano e democrata a chegarem a um acordo relâmpago sobre como aprofundar o buraco e voltar a gastar à bruta e sem limites (que surpresa!). E portanto, o governo agora vai poder acelerar o aumentar a dívida, arrebentar com as contas e lixar as vidas das crianças, que no futuro irão pagar pela brincadeira. 

Geralmente, esta segunda fase é neutra para os mercados, que já vinham bastante arrefecidos pelo medo irracional da primeira fase. Mas, agora que perceberam como a coisa funciona, é bem provável que deixem para depois, o que não fizeram antes e, vai daí, mandar o preço de alguns ativos sobrevalorizados lá para baixo com o que se segue.

O que se segue à ampliação do poço em que os políticos meteram a economia, é uma emissão em massa de nova dívida, novos títulos do tesouro, para repor o dinheiro em falta na caixa e compensar todos os pagamentos que ficaram suspensos na tal primeira fase. Estima-se que desta vez será alguma coisa como 1 trilhão de dólares, a serem sugados da economia, para engordar o já morbidamente obeso Estado.

Pois é, que da forma como o sistema está montado (em que não há dinheiro, só dívidas, e os bancos detêm o monopólio de cobrar juros sobre valores que eles inventam do nada), para o tesouro repor o caixa, emitir os tais 1 tri de nova dívida, vai ter de sugar a liquidez bancária. Dinheiro que estava por aí aplicado (tipicamente a render 5.25% no FED) agora vai ter de ser mobilizado e entregue ao tesouro.

A primeira consequência é um aumento dos juros nominais, se o FED (o inconstitucional banco central) está a remunerar a 5,25% ao que lá está parado, para o dinheiro sair dali e ir parar ao Tesouro (ao governo), o juro dos T-BILLs (juros da dívida pública) precisam aumentar, um premium, para justificar os bancos darem-se ao trabalho de tirar o dinheiro, que não é deles, de um lado, do Estado, para o ir meter, de outro lado, do mesmo Estado. 

Sim, é verdade que Tesouro e FED, são dois bolsos, rotos, do mesmo ultra grande par de calças estatais, mas isso não impede de entregar, a duplicar, as comissões aos bancos para andarem a acompanhar este teatro apalhaçado. Afinal, aquele palhaço, ou melhor, banqueiro, não é rico à toa, foram até eles mesmos que inventaram estas rotinas disparatadas, mais a forma desavergonhada de ficarem sempre com a melhor parte de tudo quanto os contribuintes pagam.

Pior, o governo americano está a gastar mais do que nunca, só nos últimos seis meses acumulou um déficit de 1,1 trilhões de dólares, um déficit que corresponde a 1/3 da despesa, e isto com a maioria da dívida mais antiga a tendo sida emitida a juro zero. Agora, vão ter de repor tudo isso, o déficit, mais o caixa, com nova dívida, a juros altos, aumentando ainda mais os gastos correntes, o déficit e com isso a dívida e a história repete-se.

Amplificada, quanto mais o estado gasta, maior a inflação, pois que, é o gasto público a principal causa da desvalorização da moeda. O gasto público é coberto com emissão de dívida, mais moeda criada do nada, mais inflação. Aí, o banco central aumenta os juros para compensar a inflação, aumentando mais o gasto do estado devedor. Um ciclo vicioso que tende a acelerar, em direção ao fundo do poço.

Moral da história? Não há, o Estado é uma máquina imoral, dedicada a retirar dinheiro a quem trabalha e gastar em porcarias que ninguém quer pagar, recorrendo a esquemas cada vez mais descarados e caros para sempre aumentar os seus gastos. O poço da dívida, com ou sem fundo, como nos EUA versus UE, implica que o governo gasta cada vez mais, extrai sempre mais riqueza a quem trabalha e compromete a qualidade de vida das gerações futuras, sem parar. Sendo, enfim, o Bitcoin a única esperança de fugir a este buraco para o inferno.

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Henrique Agostinho