Preço do Bitcoin: o que esperar nos próximos meses?
O preço do Bitcoin tem sido objeto de muita especulação e interesse nos últimos anos. Com altas e baixas significativas, é difícil prever com precisão a direção que a criptomoeda mais famosa do mundo tomará nos próximos meses.
Neste artigo, iremos analisar a evolução do preço do Bitcoin desde o final de 2022 até ao final de setembro de 2023, apresentando previsões fundamentas e uma análise detalhada da atual situação do mercado, incluindo o desempenho dos índices bolsistas, matérias-primas, criptomoedas e moedas fiduciárias.
Se pensa comprar Bitcoin ou simplesmente é um curioso sobre o futuro da criptomoeda, este artigo irá fornecer-lhe informações valiosas para ajudá-lo a tomar decisões informadas. Continue a ler para descobrir as perspetivas e cenários possíveis para o preço do Bitcoin nos próximos meses.
Evolução do preço do Bitcoin em 2023
No presente ano, o preço do Bitcoin subiu 62% – desempenho medido em Euros – desde o final de 2022 até à sessão do último dia 27 de setembro de 2023. No grupo das principais criptomoedas, importa destacar o desempenho do Bitcoin Cash, com uma subida de 146% para o mesmo período, seguido da Solana, com uma subida de 95%.
Pela negativa, temos a Polygon, anteriormente conhecida como Matic, uma plataforma blockchain de segunda camada construída para melhorar a escalabilidade e a eficiência do Ethereum, com uma queda de 32% para o mesmo período.
O preço do Bitcoin iniciou o ano em torno de 16,6 mil Dólares norte-americanos (USD), atingindo um máximo de 31,5 mil USD, estando agora a cotar próximo dos 27 mil USD. Importa notar que existe uma importância resistência em torno deste máximo, 31,5 mil USD, e um suporte à volta dos 26 mil USD.
Que desempenho tiveram os outros ativos financeiros?
Sem surpresa, a bolsa norte-americana voltou-se a destacar no presente ano, em particular o seu índice tecnológico Nasdaq-100, com um ganho acumulado de 35% em 2023. Empresas como a Apple, que sobe 31% – em USD – desde o início do ano, ajudam a justificar este desempenho. A maioria dos restantes índices bolsistas teve desempenhos inferiores a 15%, ou mesmo nulos, como é o caso do índice britânico, o FTSE 100.
Em relação às matérias-primas, importa destacar a subida de 18% do Petróleo em 2023. Recordemo-nos que os Bancos Centrais têm realizado subidas de taxas de juro a um ritmo nunca visto, em nome do combate à inflação.
A título de exemplo, em julho de 2022, a taxa de financiamento do BCE ao sistema bancário era de 0,5% e agora é 4,5%, uma subida de 4% em apenas 14 meses, aproximadamente. Esta política não parece estar a ter efeito, dado o papel do Petróleo nos preços da energia. Em sentido contrário, temos o Gás Natural, com uma queda de 37%, depois da forte alta após a guerra na Ucrânia.
Apesar de tudo, o Petróleo continuará a marcar o “ritmo” da inflação nas sociedades ocidentais, pelo que o rompimento dos 90 USD por barril, a caminho dos 100 USD, poderá colocar em questão a política monetária fortemente restritiva que tem vindo a ser seguida.
Além disso, o Euro depreciou-se 1% desde o final de 2022 em relação ao USD, colocando pressão na Zona Euro, já que a Europa é um importador líquido de energia; não é o caso dos EUA.
Para além dos custos de energia a “galoparem”, em virtude da subida do preço do Petróleo, também temos o custo de financiamento dos Estados a subirem vertiginosamente, em resultado da queda do preço das obrigações soberanas negociadas no mercado secundário.
O mercado principal de obrigações soberanas é obviamente o dos EUA. O que tem acontecido? A rendibilidade implícita das obrigações com maturidade a 10 anos não tem parado de subir, estando agora num máximo de 16 anos. O colapso do mercado de dívida pode provocar um verdadeiro cataclismo em todos os ativos de risco, em particular no mercado acionista.
Perspetivas para o preço do Bitcoin
Com a falência de praticamente todos os Estados ocidentais, que recorrem todos os dias à impressora para se financiarem, a subida dos juros no mercado secundário de obrigações é um grave problema. Por outro lado, se os Bancos Centrais voltarem a imprimirem dinheiro para “estimular” a economia a caminho de um colapso, podem agravar o problema da inflação, já de si grave.
Recordemo-nos: o dinheiro está sempre no bolso de alguém, obviamente que num crash de mercado não vai desaparecer. Se o mercado de dívida soberana continuar a afundar-se, como parece ser o caso, pode ocorrer uma venda descontrolada dos ativos de risco. Este cenário ganha cada vez maior relevância, face à recente evolução do mercado obrigacionista.
Em crises anteriores, o refúgio dos investidores eram as obrigações – agora também vão entrar em descalabro –, as ações das empresas que fornecem serviços com uma procura inelástica (elétricas, telecomunicações, água, gás…) e metais preciosos. Desta vez, tal não irá acontecer: o refúgio será o Bitcoin.
Porquê? O Bitcoin é o único ativo que não pode ser confiscado pelo Estado, caso se encontre numa carteira (wallet) em que o controlo das chaves privadas esteja na posse da pessoa. Em tempos de crise, com os mercados em colapso, o dinheiro irá fugir para o melhor refúgio inventado pela humanidade: o Bitcoin.
Como sabemos: não necessita de terceiros para processar uma transferência entre endereços; a quantidade de Bitcoins, ao contrário das moedas fiat – o Banco Central pode emitir a quantidade que entender -, está limitada a 21 milhões; tem uma força monetária sem precedentes.
Será o porto de abrigo da próxima crise financeira que se aproxima. De que espera para comprar Bitcoin?!