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Henrique Agostinho
Henrique Agostinho
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Em qualquer casa, quando se dão conta que o dinheiro acabou, não sobram muitas dúvidas da causa, gastou-se. Se antes havia dinheiro e agora não há, a explicação é simples e única, foi gasto, a comprar alguma coisa e acabou. Esta constatação é verdade também para outros casos, desde a mesada de uma criança até às contas públicas nacionais, se o porquinho mealheiro infantil está vazio ou se o Estado tem déficit, é porque gastou e mais nada.

É, no entanto, vulgar ouvir dizer-se que as contas de um Estado não são iguais à de uma casa, como se a matemática fizesse uma excepção para os senhores políticos e deixasse de somar, ou no caso, de subtrair, pois que, sempre que se fala de contas públicas, é esse o resultado que se pode esperar, menos. Menos poupança, menos produção, menos tudo, menos a despesa, que essa aumenta sempre. 

O argumento que muitos dos políticos-economistas-académicos usam para alegar que eles gastarem, à bruta, o dinheiro dos outros, não será um problema de contas, advém deles fazerem de conta que pagar e receber são uma e a mesma coisa. Para com essa pequena falácia sustentarem que tudo o que o Estado gasta é de todos e que todos pagam e ninguém recebe ou todos recebem e ninguém paga ou ainda, que o dinheiro fajuto que os bancos centrais criam, do nada, também não resulta em nada quando é gasto.

Se o último parágrafo pareceu estranho, não há que estranhar, é uma descrição bastante exata do que se convencionou chamar de MMT, Modern Monetary Theory, e  que se entranhou no dia a dia de tudo quanto é banco central. Uma aldrabice manhosa, usada como desculpa para depois de arruinar países inteiros, com excesso de gasto, permitir aos políticos gastarem ainda mais, sempre do dinheiro dos outros, ainda que eles juram não ser dos outros, porque o imprimiram na hora e do nada.

E como imprimiram! À boleia da MMT, dos Confinamentos, da Transição Energética, do Quantitative Easing e de outras trapalhadas que tais, o FED, banco central americano falsificou tanto dinheiro nos últimos 3 ano,s como o tanto que já tinha feito desde a sua criação, em 1913, nos 107 anos anteriores, todos somados. 

O FED tem nesta altura, no seu balanço, uns módicos 5 trilhões de dólares. Milhões de Milhões, 12 zeros, tudo isso em títulos fracassados, sem valor comercial. Uma quantidade de lixo tão estapafúrdia, que é difícil de visualizar. 

E o FED é só o maior Banco Central do Mundo, não é, nem nada que se pareça, o pior. Aliás, há fortes razões para sustentar que até é o melhor, ou o menos mau. Pois que, se comparados ao FED, todos os outros bancos centrais, do BCE ao BCV,  fazem mais porcaria, impõem maiores estragos, proporcionais, às economias que os sustentam.

Notando que os bancos centrais não fazem dinheiro, mas sim dívidas, a palavra dinheiro é usada de uma forma simplificada e informal. O que levanta enfim a questão. Se os bancos centrais imprimiram todos os trilhões que estão nos seus balanços e os respectivos governos o gastaram outro tanto, onde é que esse dinheiro está? Onde foi que foi parar, e por quanto tempo vai lá ficar e o que vai acontecer se ele, o dinheiro, mudar de mãos?

A resposta a essa pergunta, já no ano de 2022 ficou bastante clara: O dinheiro foi parar à inflação. A gasolina está cara? A comida pela hora da morte? Não se consegue comprar uma casa? O salário não estica até ao fim do mês? Tudo isso tem uma só causa, o excesso de coisas-do-tipo-dinheiro criadas do nada pelos bancos centrais e gastas pelos governos, que fizeram subir os preços de tudo o resto.

Mas então, agora que a inflação parece estar a abrandar ou seja, os preços continuam a subir mas já não tão depressa, onde vai parar tudo o quanto continuaram a forjar? Vai, não, já está, parado, por enquanto, numa coisa chamada de Money Markets, que da relativa obscuridade há um par de anos, explodiram para acomodar um número de aproximadamente 5 trilhões de dólares, bem parecido ao quanto o FED tratou de soltar nos mercados nesse mesmo período.

Até à recente fama, os Money Markets serviam para quase nada. Tinham juro zero e portanto ninguém aplicava nada que não fosse para retirar logo no dia seguinte, overnight. Agora, quando estão a pagar 5% de juros, garantidos pelo tesouro americano, tornaram-se o sub-produto bancário com o crescimento mais espetacular desde o milénio. Muito além da bolha que foi o Subprime.

Tal como o subprime, que parecia espetacular quando estava a crescer, porque os juros estavam a baixar, mas deu muito torto quando os juros inverteram. Num movimento equivalente em sentido contrário, os Money Markets estão a funcionar agora que os juros subiram num repente, mas vão se esvaziar se os juros baixarem. Atendendo a que os money markets não rebentam eles próprios, pois que são operações sem risco, farão sim mossa no que estiver à volta. 

Se os bancos centrais baixarem os juros, os trilhões que estão guardados nos money markets saem em busca de retorno noutro lado, explodindo a inflação. Provocando um segundo pico inflacionário, potencialmente mais grave do que foi o primeiro. Bem ao exemplo do que se passou nos anos 70 e tem tudo para se repetir a partir de 2024

Se os bancos centrais não baixarem os juros, as empresas zumbi e, essencialmente, os governos, que continuam a se endividar furiosamente, vão requerer tanto dinheiro fresco para tapar os seus déficits galopantes, que aos bancos centrais não resta alternativa que não seja imprimir ainda mais, criando, nada mais nada menos que, uma nova vaga de inflação.

De uma forma ou de outra, quer subindo, quer baixando os juros, o resultado esperado de ter os governos a gastar é sempre inflação. Os juros, altos ou baixos, tanto faz, não podem fazer mais nada que não seja dar uma maquiagem temporária a um monstro que já está aí largado.

Todo o dinheiro que os bancos centrais imprimiram está gasto pelos governos e isso vai resultar em inflação. O que deve ser má notícia para toda a gente, menos para os que aplicarem os remédios anti-inflacionários naturais: recursos naturais, commodities e Bitcoin.

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Henrique Agostinho