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Na semana passada, neste blog, comentei a revolta dos camionistas no Canadá, em particular a segurança que a Bitcoin e outras Criptomoedas proporcionam face ao tradicional sistema bancário, em particular para enviar donativos.

Esta semana, tivemos precisamente a prova de que a segurança do sistema bancário tradicional diminui de dia para dia; os últimos desenvolvimentos no Canadá provam-no. Na última Terça-Feira, dia 15 de Fevereiro, o governo do Canadá decidiu o seguinte:

  • “Através deste decreto, autorizamos que as instituições financeiras deixem temporariamente de prover serviços financeiros, no momento em que existam suspeitas de que a conta está a ser usada para financiar ocupações e bloqueios ilegais”;
  • “Este decreto abrange contas de particulares bem como de empresas”;
  • “A partir de hoje, uma instituição financeira pode congelar de imediato ou suspender uma conta sem ordem judicial; não incorrem em qualquer responsabilidade civil para acções tomadas de boa-fé”;
  • “O governo passa a incrementar a partilha de informação com as instituições financeiras”.

Em resumo, não só os fundos enviados através de plataformas de crowdfunding estão congelados, impedindo que cheguem aos camionistas, como agora os titulares das contas que enviaram os fundos estão ameaçados de ficar sem serviços bancários e de verem as suas contas congeladas ou mesmo confiscadas; tudo isto sem ordem judicial ou processo legal.

Em paralelo, a legislação sobre a prevenção de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo foi alterada. De acordo com o portal do supervisor canadiano, a FINTRAC, o âmbito das actividades que passam a ser consideradas actos de terrorismo é substancialmente alargado:

  • Violência xenofóbica: violência racial ou étnica baseada no medo ou ódio do que é percebido como estrangeiro, estranho ou diferente;
  • Violência antiautoritária: violência contra a autoridade do Estado e entidades responsáveis pela aplicação da lei;
  • Violência de género: violência motivada pelo ódio a pessoas de género ou orientação sexual diferente; e
  • Outras violências motivadas pelo ressentimento e ideologicamente motivadas: violência cometida por indivíduos sem associação clara com um grupo organizado ou qualquer orientação externa.

Em conclusão: agora qualquer um pode ser um terrorista; todo o motivo é válido para o confisco de uma conta bancária. Para surpresa de muitos, coincidência ou não, na Quarta-Feira à noite no Canadá, os cincos maiores bancos do país tinham os seus serviços de homebanking desligados e muitos clientes queixavam-se de que não podiam aceder aos seus fundos através de um ATM. Entretanto, a pesquisa da palavra “corrida aos bancos” no Canadá disparou no Google.

O governo canadiano não se ficou por aqui, segundo o portal de notícias The Counter Signal, a polícia canadiana decidiu enviar para uma lista negra 34 endereços de Criptomoedas: 29 com Bitcoins, 2 com Ethereum e 1 com Cardano, Monero e Litecoin, representando aproximadamente 1,23 milhões de Euros. Além disso, a polícia indica um email para quem possa fornecer informações sobre transacções ou propostas de transacções para estes 34 endereços. Tudo isto à velho maneira do Oesta: procura-se, morto ou vivo.

Caso estes endereços sejam controlados por bolsas de Criptomoedas sediadas no Canadá, debaixo da supervisão da FINTRAC, serão de imediato congelados e notificados às autoridades. É pouco provável que seja o caso. Na verdade, deverão ser os únicos fundos canalizados para os camionistas que estão verdadeiramente livre de perigo. Tal como já dissemos, a descentralização da rede Bitcoin, em que milhões de computadores registam e validam em consenso todas as transacções, torna praticamente impossível decretar o congelamento ou apropripação de um dado endereço, excepto nas situações em que o endereço seja controlado por uma entidade centralizada. A Criptoloja incentiva os seus clientes a deter as suas Criptomoedas em endereços que estejam debaixo do seu controlo.

Vivemos num mundo ao contrário: o sector bancário que vivia do sigilo, protegendo em todas as situações a privacidade do cliente, hoje não é mais que uma extensão da rede de balcões das finanças; além disso, ajuda a executar uma política monetária que confisca em permanência os aforradores, através de taxas 0%, ou mesmo negativas, enquanto a inflação oficial aproxima-se a passos largos dos dois dígitos. É sempre surpreende estas estatísticas oficiais, quando em apenas dois meses, a maioria das matérias-primas sobe mais de 10%, com destaque para o Petróleo e o Gás Natural que sobem mais de 20% – tudo isto, repito, em apenas dois meses!

Vivemos no mundo em que o tempo anda para trás, onde nos querem fazer crer que juros negativos é uma normalidade! Ao mesmo tempo, os bancos centrais todos os dias anunciam um combate sem tréguas à inflação, ameaçando que irão vender activos – nunca se sabe quem irá comprar papel remunerado a 0% – para reduzir o balanço e subir as taxas de juro. Entretanto, a realidade desmente-os todos os dias, pois continuam a produzir inflação sem freio. Estamos agora a aproximar-nos dos 9 biliões (12 zeros) de USD para o balanço da Reservar Federal norte-americana, tal como podemos observar na Figura 2; a pergunta coloca-se: alguém acredita que isto irá parar?

As Criptomoedas são o único activo que nos podem proteger destas duas ameaças: (i) do confisco ou congelamento da nossa conta bancária; (ii) dos juros 0%, muito inferiores à taxa de inflação, através de projectos DeFi que pagam taxas de juro elevadas e consideravelmente acima da inflação. No mundos das Criptomoedas as suas poupanças são efectivamente remuneradas. Para aceder a estes projectos, apenas tem de abrir uma conta na Criptoloja e adquirir StableCoins, só assim está livre de perigo e não é confiscado.

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