Fortes Correções para Principais Criptomoedas.
18 nov
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Na presente semana estão a registar-se fortes correcções para as principais criptomoedas, com a excepção da Avalanche, que regista um ganho de 5,5% aproximadamente (ver a figura abaixo). Face às subidas que se têm verificado, trata-se, no nosso entender, de uma queda saudável. Atentemos ao histórico: em 2017, a cotação da Bitcoin multiplicou-se 20 vezes (1900%), no entanto, registou 7 quedas superiores a 20% durante esse período. Investir em activos voláteis implica estratégia; se um activo sobe 50% ou mesmo 100% em questão de dias, é expectável que ocorram quedas acentuadas nos dias seguintes. Outras razões podem estar por detrás desta queda. Na última segunda-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, sancionou um projecto de lei de infra-estruturas no valor de 1,2 biliões de USD. Neste documento constava regulamentação adicional sobre a indústria de criptomoedas: qual a grande novidade? A definição do que é uma corretora: agora, passará a incluir mineradores, desenvolvedores de software, operadores de nodos, provedores de liquidez em protocolos DeFi e outros participantes do mercado que serão obrigados a informar as transacções iguais ou superiores a 10 mil USD às autoridades fiscais norte-americanas. Algo muito distinto da realidade portuguesa (ler artigo). Apesar de tudo, a Bitcoin apresenta uma forte resiliência, cotando por agora acima de um suporte importante, em torno dos 50 mil € por Bitcoin (ver imagem abaixo); no presente ano, regista agora um ganho acumulado de 120 % (medido em €). Neste contexto, de elevada volatilidade, muitos investidores têm optado por adquirir StableCoins e aplicá-las em projectos DeFi, pois as rendibilidades são bastantes interessantes e muito superiores aos tradicionais depósitos a prazo; para melhor esclarecer o leitor, vamos comentar os conceitos utilizados. As StableCoins permitem a prestação de todos os serviços proporcionados pelos bancos tradicionais, por essa razão designamos esta actividade por DeFi (Decentralized Finance) – correspondente a banca descentralizada. Qual a razão para o seu aparecimento? As criptomoedas, como a Bitcoin e a Ethereum, apesar de serem as que apresentam a maior capitalização bolsista de todas as criptomoedas existentes, o seu preço apresenta uma enorme volatilidade, com variações diárias muitas vezes superiores a 20%, impedindo-as, segundo os seus detractores, de desempenhar a função de moeda, indispensável à prestação de serviços bancários, como depósitos a prazo e créditos bancários. Desta forma, surgiram as criptomoedas indexadas a uma divisa fiat, como por exemplo o USD. Este é o caso do USDC (USD Coin) e do USDT (Tether), ambas criptomoedas com uma paridade de 1:1 com o USD (dólar norte-americano). Como funcionam? O emissor de uma unidade de moeda virtual terá que possuir 1 USD para realizar uma emissão. Assim, se a capitalização bolsista da Tether (USDT) é de 64 mil milhões de USD, significa que existem 64 mil milhões de USD depositados em contas bancárias que servem de respaldo à emissão. É algo semelhante ao padrão-ouro, em que o banco central apenas podia emitir moeda de acordo com a reserva de ouro que detinha nos seus cofres. Em alternativa a estas StableCoins surgiu o UST, com características distintas às já mencionadas USDT e USDC; em lugar de um respaldo em depósitos bancários, temos a criptomoeda Luna. Para emitir um novo UST, cada nodo tem de depositar activos virtuais, evitando os riscos de um congelamento de contas bancárias, ou seja, do livre do arbítrio de autoridades e bancos centrais, mas garantindo a paridade de 1:1 com o USD. Outro aspecto que importa destacar associado a esta StableCoin (UST) é o protocolo Anchor, que sendo descentralizado, ou seja, sem nenhuma autoridade central, tem vários riscos minimizados, em particular a falência ou o desaparecimento da autoridade central do projecto DeFi que pode deitar por terra o projecto e fazer perder todo o dinheiro aos investidores. Que rendibilidade proporciona o protocolo Anchor? 20% estáveis ao ano (aproximadamente), como podemos observar na seguinte imagem. Esta rendibilidade está acima de outras opções de investimento, como por exemplo os índices bolsistas; vejamos então o que se passa no presente ano (ver seguinte figura). O melhor índice de 2021 está a ser o francês CAC 40, com uma subida de 29%; no entanto, para o comparar com o protocolo Anchor temos que reduzir 8%, pois o EUR perde 8% aproximadamente em relação ao USD em 2021. Assim, o protocolo Anchor permite uma rendibilidade semelhante, mas com um risco muito inferior ao investimento através dos mercados de capitais. Para finalizar, temos que observar a floresta, em lugar da árvore. A Solana voltou ao lugar cimeiro, registando uma subida de 14 490%; ou seja, um investimento de 100€ no último dia de 2020 valeria agora 14 590€. Sussuro da semana: Anchor Protocol! |