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Henrique Agostinho
Henrique Agostinho
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A aplicação mais evidente para o Bitcoin é ser dinheiro. O que é um feito relevante, pois as pessoas gostam de ter dinheiro. Não desfazendo todas as outras coisas interessantes que se pode fazer com Bitcoin, como seja usar a chave privada para encriptar dados; usar o blockchain para fazer de notário incorruptível, ou criar certificados digitais transacionáveis e mais sabe-se lá o quê que ainda vão inventar. Nada disso se compara ao simples facto de o Bitcoin ser dinheiro.

Dizem que o dinheiro não traz felicidade, mas que ajuda a comprá-la. Tanto assim é que todas as pessoas, tanto as que o têm como as que não têm, gostam de ter dinheiro. Mais, isto do dinheiro ser desejável já é assim desde há uns bons milhares de anos. Vem mesmo de antes de os Sumérios inventarem a contabilidade, com umas marcas esquisitas feitas em placas de barro. Na realidade, a contabilidade só foi inventada porque as pessoas gostam de ter dinheiro, se não fosse para contar o dinheiro, ninguém se daria ao trabalho de dar trabalho aos contabilistas.

É então, desde há muitas dezenas, talvez centenas, de milhares de anos, que as pessoas se afeiçoaram ao dinheiro. E foi para servir de dinheiro, que logo desde essa altura pré-histórica começam por usar vários tipos de conchas, vacas, camelos, pedras enormes ou brilhantes, como meio de pagamento. Desde então, nunca mais quiseram ficar sem.

Um pouco por todo o mundo, em praticamente todas as civilizações primitivas, existem sinais da utilização de bens escassos e duradouros para fazer a função de dinheiro. Uma diversidade cambial que durou até por volta do ano 5.000 AC, momento em que, toda essa profusão de pedrinhas e conchinhas e peninhas, começou a convergir para uma só forma monetária, o ouro. 

A relíquia bárbara, a pedra amarela brilhante, que substituiu todas as outras quinquilharias pecuniárias, foi o dinheiro de todos por um longo e bom tempo. Até que, infelizmente, chegámos ao presente e nos deixámos cair na situação bastante desconfortável de deixar de haver dinheiro.

Este hiato sem pilim em que nos encontramos agora, começou há um século e meio, quando os defeitos não-monetários do ouro se tornaram demasiado grandes para descontar. O ouro não cabe num telegrama, não disfarça nada quem o tem e é muito fácil de falsificar, ou é difícil de verificar a autenticidade, para ser mais preciso, o que, tudo junto, resulta numa grande chatice dourada.

O ouro é tão problemático como forma de dinheiro que, neste ano 2023, o governo chinês foi enganado pela maior fundidora de barras da Austrália e levou um banho de 9 bilhões de dólares em ouro de baixo quilate.

Ora, se até o maior e mais tirânico e paranóico governo do mundo (ou o segundo, pois o americano é capaz de ser pior) pode ser enganado a comprar ouro, o comum dos mortais não tem a menor chance de confiar nas poupanças em pedra amarela e, consequentemente, a relíquia barbárica tem os dias contados. 

Só que, isso de o ouro passar de moda, vem a um preço inédito e elevado. Estamos, pela primeira vez na história da humanidade, e, provavelmente, na primeira vez desde a pré-história, sem dinheiro. Não há, acabou, gastou-se. O dinheiro deixou de existir. Desde 1971, quando último governo do mundo a ter dinheiro descobriu que gastou tudo. Depois disso, oficialmente no mundo, ninguém mais tem dinheiro

Parecendo que não, não ter dinheiro é muito aborrecido e não é só na altura de ir às compras. É que na ausência de dinheiro, o que sobra são só dívidas e quando se tem dívidas não se pode ser rico, é-se sim é pobre. Ora é precisamente assim o estado a que chegámos, somos todos pobres, porque em vez de ter dinheiro, temos dívidas, estamos afogados nelas.

As notas dos governos, os dólares, euros, patacas e pesos e tal, não são dinheiro, são dívidas, são promessas de os políticos cobrarem impostos às crianças. O que é tão mau quanto soa. Aquilo que nos acostumamos a usar como meio de pagamento, aqueles pedaços de papel coloridos e malcheirosos, não só não são dinheiro, como são promessas de que, no futuro, alguma criança vai ficar sem o seu salário para pagar por aquilo que acabámos de comprar, é dívida pública, que é um sinónimo de impostos futuros.

Na ausência de dinheiro, quando só há dívidas, se são todos tão pobres, aqueles que parecem ricos é geralmente porque não pagam o que devem. Os bancos e os seus intermináveis bailouts, os governos e as suas recorrentes bancarrotas, são os exemplos mais notórios de gente que vive acima das possibilidades dos outros, esbanjam para eles, endividando os demais. 

Pior, na ausência de dinheiro, só sobra o pagamento em violência. Por isso os governos recorrem a ameaças de prisão e expropriação para obrigarem os contribuintes a pagar as dívidas públicas. Por isso se assiste a um empobrecimento relativo da população e uma concentração de riqueza junto dA capital, do poder político, em vez de, como deveria ser, junto dO capital, da capacidade de trabalho.

Felizmente, este período mal agoirento da humanidade está para terminar. O Bitcoin é dinheiro, já não há dúvida, não é dívida, não é risco de nenhuma contraparte, não é uma obrigação futura, não é um imposto sobre as crianças. O Bitcoin é simplesmente dinheiro, privado, inconfiscável. Se vale muito ou pouco é uma questão subjectiva. Mas ao ser dinheiro, é muito barato.

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Henrique Agostinho