CRIPTOMOEDAS: UM MUNDO DE OPORTUNIDADES…
Depois de um ano absolutamente excepcional para a maioria das Criptomoedas, como foi 2021, onde o Bitcoin subiu 71%, de 23 742€ para 40 713€, ou o caso extraordinário da Luna, o token do blockchain Terra, que subiu 13 968%, de 0,53€ para 75,15€, o início do presente ano registou uma correcção que parece estar agora a inverter nas últimas semanas.
Como comentei por diversas vezes, a impressão massiva de dinheiro por parte dos principais bancos centrais, com destaque para a Reserva Federal (FED), a emissora do dólar norte-americano (USD), e o Banco Central Europeu (BCE), o emissor do EUR (€), não iria cessar, ao contrário do prognosticado, pois a aquisição de dívida pública por partes dos bancos centrais é fundamental para a maioria dos estados ocidentais, altamente endividados e com enormes défices fiscais. Os bancos centrais são agora praticamente os únicos compradores das obrigações emitidas por estes estados em apuros.
O início do conflito na Ucrânia foi o pretexto perfeito para a inversão de discurso dos responsáveis destas entidades, que ameaçavam reduzir o ritmo das suas impressoras no final do ano transacto e início do presente ano. Neste contexto, 2022 iremos seguramente assistir a novas subidas das principais Criptomoedas, estabelecendo-se novos máximos; no caso da Luna, tal ruptura já ocorreu – 88,7€ a 26 de Dezembro de 2021 – no último dia 9 de Março, com um novo máximo (89,81€), estando agora a cotar em novos máximos históricos: 95,23€, à data em que escrevo.
A classe de activos que tem ofuscado as Criptomoedas no presente ano tem sido as matérias-primas, em particular as energéticas. Como podemos observar na Figura 1, o Gás Natural e o Petróleo estão em destaque, com subidas de 53% e 46% respectivamente. A Luna volta a estar em destaque, com uma subida próxima de 30%, enquanto o Bitcoin já se encontra no verde, a subir 4% (31 de Março às 15:00) em 2022.
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Quem impulsionou as matérias-primas e as Criptomoedas nos últimos dias foram duas decisões do governo russo que importa analisar. A primeira, ocorreu no último dia 24 de Março, em que o presidente da Comissão de Energia do parlamento russo, Pavel Zavalny, declarou que era provável a Rússia aceitar o Bitcoin como forma de pagamento das suas exportações, aplicando-se apenas a países “amigos”. Nas sessões seguintes, e tal como alertei, o “abraço” da Rússia ao Bitcoin, como forma de “evitar” as sanções, empurrou a principal Criptomoeda no sentido ascendente, que passou a cotar no verde em 2022 – o seu fecho em 2021 ocorreu em torno de 40 700 €.
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Para além dessa decisão, em relação apenas aos estados “inimigos”, no dia seguinte, a Rússia veio declarar que passariam a ser obrigadas a pagar as suas importações à Rússia em Rublos (RUB) ou Ouro; mais, a opção de pagamento, Rublos ou Ouro, passaria a ser indiferente, passando a existir um rácio de 5 mil Rublos por 1 grama de ouro. Esta decisão será efectiva a partir do próximo dia 1 de Abril.
Analisemos esta decisão na Figura 3. No dia 25 de Março, o Ouro cotava em torno de 1960 USD por onça, enquanto o par cambial USDRUB cotava em torno de 95 Rublos por 1 USD – ver o desconto de 16% assinalado na Figura 3.
Tendo em conta que 1 onça de Ouro corresponde a 31,10 gramas de Ouro, significa que são necessários 155 517 Rublos (5000 × 31,10) para adquirir uma onça de ouro, com base no novo rácio. Se o Ouro está a cotar a 1 960 USD por onça, “obrigaria” o par cambial USDRUB a cotar a 79,34 Rublos (155 517 ÷ 1 960); tendo em conta que cotava a 95 Rublos por 1 USD, o pagamento em Ouro significa um desconto de 16% (79,34 em lugar de 95). Em resumo, um país que pagasse em Ouro obteria um desconto de 16% na compra de Petróleo à Rússia.
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Esta decisão, ao gerar um desequilíbrio no mercado, obrigou à ocorrência de dois movimentos para eliminá-lo: (i) a descida do preço do Ouro; (ii) a valorização do Rublo frente ao USD. Aconteceu ambas, no entanto, o Rublo valorizou-se 12% (de 95 para 85) frente ao USD, enquanto o Ouro desvalorizou-se 1% (de 1 960 para 1940) em relação ao USD. O presente ano continua a indicar uma tendência ascendente para a maioria das matérias-primas. No caso do Ouro, apesar desta queda ligeira, ganha 8% em 2022.
O leitor perguntará: mas é possível beneficiar-me do movimento das principais matérias-primas através de Criptomoedas? Sim, é possível.
No caso do Petróleo, o leitor poderá adquirir o token mUSO, através da stablecoin UST do blockchain Terra, que replica o ETF USO – um dos ETFs de maior dimensão e que proporciona uma exposição aos movimentos do preço do barril de Petróleo.
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No caso do Ouro, através da Criptoloja, o leitor poderá adquirir o token PAXG que replica a evolução do preço do metal dourado, tal como vemos na seguinte figura.
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Em conclusão, as Criptomoedas são um mundo de oportunidades, ao contrário do que muitos pensam. Para além disso, importa ter em conta a isenção fiscal sobre os ganhos obtidos e a poupança das “dores de cabeça” associadas à abertura de uma conta de corretagem. De que espera?