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Luís Gomes
Luís Gomes
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O arranque do ano para as Criptomoedas parece ser positivo, depois de um ano pintado de vermelho. Como podemos observar na Figura 1, destaque para a Solana, com uma subida superior a 30%, seguido da Avalanche e do Cardano, com subidas próximas de 10%.

Figura 1

Recordemo-nos que a desvalorização da Solana em 2022 foi superior a 93%, de 150 Euros no final de 2021 para apenas 9,3 Euros no final de 2022; por outro lado, encontra-se muito distante do máximo histórico registado em Novembro de 2021, em torno de 224 Euros; assim, não surpreende a enorme subida, de 9,3 Euros para os actuais 12,5 Euros.

Tal como a Solana, também o Bitcoin sofreu uma importante queda em 2022, cerca de 62%, de 40 889 Euros para 15 522 Euros. Apesar de tudo, as resistências e suportes técnicos ainda são definidas em Dólares norte-americanos (USD), havendo agora uma resistência importante em torno de 19,5 mil USD. Caso seja rompida no sentido ascendente poderá assinalar o início de um novo movimento ascendente do preço.

Perspectivas para os mercado financeiros

Os mercados financeiros – as Criptomoedas não são excepção – continuam a ser “conduzidos” pela política monetária dos Bancos Centrais. No momento em que estes voltem a imprimir como “se não houvesse amanhã”, o que parece estar a ocorrer nos últimos dias, será o suficiente para voltarmos à euforia vivida em 2020 e 2021.

Vejamos então o que aconteceu com os seus balanços em 2022, em particular com as duas instituições mais importantes: a Reserva Federal norte-americana (FED) e o Banco Central Europeu (BCE).

Na Figura 2, podemos ver que começaram a reduzir o balanço a partir de Maio de 2022. No caso da FED reduziu 363 mil milhões de USD entre o final de Maio e final de 2022; enquanto o BCE decresceu o seu balanço em 858 mil milhões de Euros – esta queda apenas teve lugar a partir do final de Outubro de 2022.

 Figura 2

Talvez por essa razão, o Euro começou a valorizar-se a partir de Setembro de 2022, quando cotava apenas a 0,98 USD, ou seja, abaixo da paridade. Mais uma vez, a diminuição de reservas do sistema bancário permitiu que o Euro não continuasse em queda livre, tal como aconteceu na maior parte do ano de 2022. 

Subida das taxas de juros

Para além da retirada de liquidez do sistema, a subida dos juros provocou quedas generalizadas em praticamente todas as classes de activos, sejam índices, acções, obrigações, matérias-primas ou Criptomoedas, quase ninguém escapou ao “garrote” aplicado pelos Bancos Centrais no último terço de 2022.

Outro dos aspectos a destacar é a subida dos custos de financiamento para a maioria dos Estados Ocidentais. Com a subida das taxas directoras dos Bancos Centrais, as obrigações negociadas no mercado secundário também entraram em queda livre, provocando, desta forma, a subida da taxa de juro implícita. Podemos constatar esta subida na Figura 3.

Figura 3

Nos EUA, a subida em 2022 foi de 2,4%, de 1,5% no final de 2021 para 3,9% no final de 2022, enquanto em Portugal foi de 3,1%, de 0,5% no final de 2021 para 3,6%. Para termos uma ideia do impacto destas subidas, caso esta subida fosse aplicável a todo o inventário de dívida pública em Portugal, tendo em conta que está em torno de 275 mil milhões e aplicando 3,1%, representaria 8,5 mil milhões de Euros de encargos financeiros adicionais para o orçamento de Estado – cerca de 2,5 vezes as ajudas estatais à TAP.

Em face deste agravamento, e apesar de pressionados por elevadas taxas de inflação, os Bancos Centrais não terão outra alternativa do que continuar a imprimir e a comprar as obrigações dos Estados no mercado – são agora o único comprador -, por forma a fazer reduzir os encargos financeiros destes, caso contrário, a situação económica poderá deteriorar-se consideravelmente.

Recuperação do mercado de Criptomoeadas e Criptoativos

Neste contexto, caso regressemos à impressão massiva de dinheiro, o preço do Bitcoin e das demais Criptomoedas poderá novamente explodir. Se, pelo contrário, os Bancos Centrais se mantiverem determinados em combater a inflação, por forma a reduzir abaixo dos 2%, é provável que assistamos a novas correcções ou a uma tendência lateral. 

O Euro Digital e o combate ao dinheiro físico

Outro dos aspectos que irá marcar o mercado das Criptomoedas será o sucesso ou não das Moedas Digitais dos Bancos Centrais (MDBCs), no nosso caso: o Euro Digital. 

Neste sentido, o combate ao dinheiro físico é de enorme relevância, seja através de reduções dos limites máximos de transacções autorizadas, pela imposição de limites de menor valor aos levantamentos diários em ATMs, ou pela retirada de notas com elevado valor facial em circulação, como é o caso da nota de 500 Euros.

Todos as medidas que visem combater o dinheiro físico ajudarão, certamente, o sucesso do Euro Digital. 

Mas não só do combate ao dinheiro físico irá depender o sucesso das MDBCs, o tamanho do Estado Social num dado país é igualmente relevante. Vamos supor que o Estado passa a pagar as prestações sociais ou apenas aceita o pagamento de impostos em MDBCs, gerando uma “adesão forçada” a grande parte da população?

Recordemo-nos que o eNaira, a moeda digital do Banco Central da Nigéria, foi e é um absoluto fracasso, precisamente pelo reduzido tamanho do Estado e pela desconfiança da população em relação à moeda oficial do país, sujeita a enormes depreciações que destroem as poupanças. Não é por acaso que aqui há uma enorme adesão às Criptomoedas, pois estas preservam o anonimato do dinheiro e das transacções, ao contrário das MDBCs. 

Em resumo, as MDBCs podem travar a adesão da população às Criptomoedas, em virtude do enorme tamanho do Estado na maior parte dos países europeus; Portugal não é excepção.

Os elevados custos asssociados aos blockchains

Outra dificuldade em tornar popular o uso das Criptomoedas está relacionado com os elevados custos associados aos blockchains de Nível 1, como o Ethereum e o Bitcoin, que processam, validam, registam e armazenam todas as transacções ocorridas com uma elevadíssima segurança, tornando os custos de rede substancialmente elevados para a maior parte das redes.

Neste contexto, a adopção dos comerciantes às Criptomoedas, ou mesmo a StableCoins, implicará o uso de redes Nível 2, como Polygon (Matic), que tornam as transacções muito baratas e de rápido processamento. 

Adoção generalizada às Criptomoedas

À medida que exista maior literacia para a temática das Criptomoedas, com os comerciantes e clientes a darem-se conta que não necessitam de cumprir as formalidades dos bancos no âmbito do combate à lavagem de dinheiro, no momento de abrir uma conta, e que estas mantêm o anonimato do dinheiro físico, irá certamente atrair um maior número de pessoas e ajudar a incrementar o interesse. 

No caso do Bitcoin, através do Lightning Network as transacções em Satoshis e Bitcoins tornam-se rápidas e com custos de transacção praticamente insignificantes. 

Em resumo, apenas com maior conhecimento e adoptando um blockchain com uma expressiva quota de mercado, as pessoas podem começar a adoptar em grande número as Criptomoedas.

Regulação do setor de Criptomoedas e Criptoativos

No fim, e talvez uma das mais importantes, o impacto que a regulação irá ter no sector. Para muitos investidores, quanto menor o grau de anonimato melhor. A curto prazo, com a obrigatoriedade de as bolsas de Criptomoedas trocarem um volume excepcional de informações entre si, poderá, uma vez mais, desincentivar a adopção das Criptomoedas e impactar negativamente a sua valorização.

Em conclusão, várias forças vão impactar o preço do Bitcoin e das demais Criptomoedas: a política monetária dos Bancos Centrais, o combate ao dinheiro físico, o custo e o grau de adopção de uma determinada rede e a regulação que se aproxima. O investidor que souber ler e interpretar cada força terá o merecido sucesso. 

Destaques Autor
img:Luís Gomes

Luís Gomes